“Aids não tem idade, prevenção também não”. Este foi o slogan do Dia 1 de Dezembro/2008 – Dia Mundial de Luta Contara Aids – é o tema que o mundo abordará até dia 30 de novembro de 2009. A campanha chama a atenção dos segmentos sociais para o avanço da doença na terceira idade. O Brasil é dos poucos países onde o aumento de números de idosos com HIV-aids cresce a cada dia. Essa tendência contraria a estabilização da pandemia no Brasil desde 2002.
Quando o assunto é idoso, o desafio é maior para saúde publica!
Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) a população que era de 3.6 elevou-se para 7.1 por 100 mil habitantes entre 1996 a 2006, o que lamentavelmente representa um aumento de 50% das pessoas acima de 50 anos. Podemos citar alguns fatores que colaboram para justificar o crescimento neste determinado grupo como: envelhecimento da população, aumento da sobrevida de quem vive com HIV-aids, acesso a distribuição de medicamentos que faz com que as pessoas tenham uma qualidade de vida maior e melhor para as disfunções eréteis que prolonga a sexualidade dos idosos. Existem hoje, medicamentos específicos a disposição desta categoria como Viagra e a Reposição Hormonal que possibilita uma vida sexual ativa, e aí cai por terra o mito e a cultura enraizada de que pessoas de uma determinada faixa etária não faz sexo!
O que possibilita o aumento da doença entre idosos é o fato de que eles iniciaram a vida sexual antes do surgimento da AIDS e não conseguem acolher, administrar ou admitir a possibilidade de contrair o vírus em uma relação sexual. Assim, dificultam a interiorização de adequar e se familiarizar com o único meio de não contrair o vírus, que é a proteção de um sexo seguro com o uso da camisinha.
Outros fatores fazem com que idosos não utilizem preservativos: é algo que foi pouco utilizado ao longo de suas vidas; existe dificuldade técnica na utilização; há o medo da perda de ereções. De uma maneira geral a terceira idade conhece a camisinha apenas como anticonceptivo – e não como proteção contra doenças.
A sobrevida da população é um marco que avança a cada dia, o que reforça esta incidência, e deixa toda categoria da saúde publica e a sociedade civil em alerta. Este quadro sinaliza a dificuldade de controle, e aumenta o número de infectados em todo mundo, uma vez que proteção não tem idade e aids também não.
É necessário reforçar a intencionalidade de se fazer presente o uso da camisinha em todas as relações sexuais, seja: oral, anal ou vaginal. É imprescindível que se argumente a sexualidade nas e escolas, universidades, nos centros comunitários e em todos os segmentos da sociedade de uma maneira responsável, mostrando a gravidade da síndrome da imunodeficiência adquirida e a responsabilidade de todos nós que temos uma vida sexual ativa.
Nunca é demais abordar que a aids não tem cara, e que ela é uma doença democrática que não escolhe cor, clero, raça ou condição social. Que não existe grupo de risco e sim, comportamento de risco.
Outra preocupação crescente é em relação ao diagnóstico da doença, que muitas vezes é tardio. No início da infecção o paciente aparenta saúde, e não sinaliza a sorologia positiva para o HIV/AIDS, o que dificulta o diagnóstico precoce, até porque a maioria da população brasileira não tem acesso a uma medicina preventiva. E quando as doenças oportunistas se manifestam como tuberculose e pneumonias há uma rejeição à probabilidade da presença do vírus. Há também atribuição errônea de sintomas como fadiga e perda de peso ou de memória. Por este ângulo percebemos que a última coisa que o idoso pensa, é que está com Aids. Para um diagnóstico eficaz é necessário procurar um especialista. É ele vai indicar corretamente os exames que devem ser feitos e posteriormente, iniciará o tratamento compatível.
No universo da terceira idade existe outras doenças sexualmente transmissíveis, ou venéreas que vem aumentando a cada dia, dentre elas a gonorréia, herpes, hepatites, candidíase e outras infecções graves.
A XVII Conferência Internacional de Aids ocorrida no México, em agosto de 2008 ( a primeira realizada na América Latina) foi marcada por uma série de manifestações de ativistas de várias partes do mundo que discutiram sobre discriminação, preconceito e a luta para medicação mais aqui cessível (o Brasil e um dos poucos que oferece esses medicamentos gratuitamente). Os ativistas cobraram das autoridades presentes campanhas maiores, e continua de prevenção a doença!
Neste encontro não houve nenhuma descoberta cientifica importante das que já estão em evidencia no mundo. Um dos focos em pauta foi o índice de contaminação de pessoas acima de 50 anos pelo HIV. E estando a frente de uma entidade que acolhe, assiste e defende os interesses das pessoas que vivem com HIV/Aids, me sinto na obrigação de evidenciar este fato, colocando o leito frente a uma realidade que cresce assustadoramente, e é factual.
“A prevenção com o uso da camisinha e a solidariedade com quem está doente são as melhores armas na luta contra a doença”!